Ao longo do dia, fiquei pensando o que as pessoas haviam entendido sobre a entrada do diário de ontem. Isso porque alguns leitores estavam me perguntando se o diário ia acabar, outros querendo que continue, muitos sentindo saudades etc., e me chamou a atenção que uma parcela já tinha até se despedido, feito as homenagens finais, num clima danado de exéquias. Credo, cruzes. Quase um morto-vivo. Em tempos de retomada da Covid-19, notícia triste e preocupante, sim, penso que não seria por essa razão que este diário continuaria. A coisa é simples: o *Diário do Confinamento* tinha data para encerrar. É um projeto que somente teria sentido se a pandemia se tornasse cruel, irreversível e _ad infinitum_. Não é este o caso. O trabalho presencial em minha instituição recomeça em 7 de janeiro. A partir dessa data marcada, outro projeto se inicia. Os *Diários Ocasionais*, título quase definitivo, daria continuidade a essa troca firmada ao longo da pandemia e que serviu, calorosamente, para aproximar pessoas. Cenas cotidianas, pequenas histórias, memórias, fatos incidentais, pessoas, lugares, objetos. Os temas continuam os mesmos. Talvez eu já não seja o mesmo. Nem você, leitor.